Comunidade internacional ouve relato de juízas afegãs sobre resgate realizado pela AMB
Encontro foi realizado durante XXI Edição da Cúpula Judicial Ibero-Americana no STJ
AMBNOTÍCIA
Paula Andrade (Ascom/AMB)
9/19/20222 min ler
“Falta aos atuais governantes do Afeganistão a consciência de que mulheres e mães transformam a sociedade”, discursou uma das juízas afegãs resgatadas do regime talibã pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), durante XXI Edição da Cúpula Judicial Ibero-Americana. O evento foi realizado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta sexta-feira (16). “No Afeganistão temos uma história trágica. No entanto, olhando todos os problemas do nosso país, tínhamos uma boa vida. Agora estamos tendo que recomeçar do zero. Temos que continuar, ser fortes, lutar, estudar ainda mais e recomeçar a vida de novo”, relatou à plateia de representantes internacionais.
O principal objetivo da Cúpula Judicial Ibero-Americana é a implementação de políticas, projetos e ações para o fortalecimento da segurança jurídica e do sistema democrático, bem como o aperfeiçoamento e a transformação da prestação jurisdicional em benefício dos cidadãos de seus países-membros.
Durante o encontro, as magistradas descreveram a história do Afeganistão, como funciona o sistema jurídico e o sistema legal. Falaram sobre a democracia, a igualdade de direitos entre homens e mulheres, e a respeito de como se deu a fuga para o Brasil. Sensibilizada pelos depoimentos, a ministra da Suprema Corte do Chile, Andrea Munhoz, destacou que a comunidade internacional deveria dar mais suporte para as mulheres, “principalmente aquelas em situação de vulnerabilidade e que estão em migração”.
As ministras afegãs deixaram um recado para a comunidade internacional: “temos a necessidade de nos unirmos mais. Isso é fundamental para buscarmos melhores mecanismos para enfrentar a desigualdade nos direitos das mulheres”.
Além dos representantes de diversas delegações estrangeiras, estiveram presentes no evento a presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura, que integra a Comissão de Ética do órgão de cooperação internacional e coordena a cúpula no Brasil, o corregedor nacional da Justiça, ministro Luis Felipe Salomão; a secretária-geral da AMB, Julianne Marques; e a coordenadora da Escola Nacional da Magistratura, Marcela Bocayuva.